O FORO DE SP NAS PALAVRAS DE UM PETISTA
Estava há pouco a ler partes do livro “A estrela na janela – ensaios sobre o PT e a situação internacional” de Valter Pomar. O livro se encontra disponível do site do Foro de SP, em formato pdf:
Antes de tudo, fui buscar informações wikipédicas a respeito deste sujeito, e eis que encontro a seguinte informação:
“Entre 2005 e 2009, Valter Pomar esteve à frente da Secretaria de Relações Internacionais do PT e desde então até os dias de hoje ocupa o cargo de Secretário Executivo do Foro de São Paulo, desempenhando, nestas funções, importante trabalho de interlocução política do PT com as forças de esquerda no mundo todo e, em especial, na América Latina.”
Encontrei um trecho no livro que me despertou atenção (pág. 85-88), no qual o autor descreve sua exposição no encontro em Caracas, Venezuela, num dos eventos do Foro de SP. Irei comentar algumas partes que considero bastante esclarecedoras. Vejamos:
Percebe-se, logo de cara, que de fato existe um planejamento estratégico de nível continental, no qual a esquerda se articula para derrotar a “direita”. Observem o trecho “em países governados por nós”. Se o autor, na ocasião, discursava para uma platéia do Foro de SP, a palavra “nós” se refere à eles mesmos, os membros da entidade. Temos aqui, portanto, a confissão aberta de que a entidade governa países da América Latina. Sigamos adiante.
Não perder nenhum governo para a direita, por pior que seja o governo de esquerda: este é o objetivo. A ordem é não perder terreno para os “inimigos”. O aprofundamento das mudanças rumo ao socialismo continental é apoiado até o limite, o qual seria o “principal triunfo” da organização.
Aqui temos o velho discurso anti-americanista. O uso do termo “estadunidense” já indica um certo antiamericanismo chulo. Mesmo que o declínio americano se dê muito por conta da própria esquerda norte-americana, principalmente com Obama no poder, o autor se utiliza deste subterfúgio manjado para justificar a existência de uma suposta contra-ofensiva da direita, que estaria de alguma forma (não explicada) relacionada com as políticas americanas. O intuito do autor é o de persuadir a militância de que tudo o que se faz no Foro de SP está previamente justificado, já que estão lutando contra este poderoso e tirano “império estadunidense”.
O objetivo de se alcançar o socialismo (de novo o socialismo, aquele mesmo que já trouxe tanta desgraça para o mundo) aqui é claramente admitido. Admitem porém, que este socialismo ainda não está estabelecido, estando eles num período de defensiva estratégica.
Mais confissões sobre o plano de implementação do socialismo em âmbito continental. A diversidade das esquerdas é estimulada, desde que no todo tenham uma consistência que visa a unidade. Esta é, desde sempre, uma das estratégias cruciais do movimento revolucionário. A divisão interna da esquerda só favorece ela mesma, uma vez que essas divisões acabam por tomar todo o espaço político e cultural, fazendo com que o debate se limite ao espectro esquerdista. Isto é exatamente o que estamos presenciando no Brasil há algumas décadas. Esta hegemonia de esquerda foi inclusive comemorada por Lula, em um de seus discursos no Foro de SP.
Este é talvez o trecho mais emblemático. O autor admite, porém com pesar, que a integração do continente seja estrategicamente mais importante agora que o próprio socialismo. Ele admite, portanto, que o socialismo não é um fator de integração continental suficiente por si mesmo. Na sua concepção, isto se deve ao fato de estarmos sob a transição do velho para o novo socialismo, que, como ele afirma em outros trechos, ainda carece de bases teóricas em sua ideologia. A promessa messiânica do “novo mundo” sempre aparece no discurso socialista, que também diz que suas bases teóricas sempre foram mal compreendidas. Isto faz com que socialistas, catástrofes após catástrofes, sempre renovem seus discursos e suas perspectivas para um futuro hipotético. Em nome desse futuro que nunca chega, se arrogam o direito de fazer o que quer que seja no presente. É o mesmo discurso batido, já proferido antes por Lenin, Stalin, Hitler, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, etc.
Este é o fechamento final, que resume tudo. Não restam dúvidas de que o PT está articulado com uma entidade estrangeira, que influencia diretamente nas eleições de diversos países latino-americanos, e que, sendo parte deste esquema, compactua com suas políticas de intervenção às soberanias nacionais destes países, incluindo o próprio Brasil. O PT considera esta entidade sua prioridade, colocando-a acima dos próprios interesses do povo brasileiro. A partir daí, o PT se configura imediatamente num partido ilegal, que dentro das leis eleitorais brasileiras, estariam impedidos de participar das eleições no país.
Além disso, este último trecho reforça a ideia de que uma esquerda heterogênea é importante, desde que suas contradições não sejam suficientemente conflituosas com o objetivo final de implantação de um socialismo continental. Além disso, reforça também aquilo que já sabemos sobre a política externa petista, de apoio à ditaduras comunistas e ao terrorismo internacional, já que representam uma “resistência” à política externa americana. Sabemos que o discurso anti-intervencionista em relação aos EUA serve apenas como pretexto para que os petistas defendam governos anti-ocidentais, estes sim, empenhados em destruir o ocidente com toda força, até que não reste no mundo nenhum traço de liberdade, democracia e cristandade como conhecemos.
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